/A universidade chega a Davos

Data: 
22/01/2020
Autor: 
Suzana Kahn, vice-diretora da Coppe/UFRJ

Começa este mês a 50a edição do Fórum Econômico Mundial em Davos que reúne a elite econômica mundial e líderes governamentais para discutir formas de aumentar o PIB de seus respectivos países.

Recentemente a “ficha caiu“ para os participantes habituais de Davos que compreenderam que o desenvolvimento econômico é um desafio que não pode ser tratado separadamente das questões acerca do aquecimento global. Uma política climática, se bem conduzida, não prejudica a economia. Pelo contrário, serve de estímulo para aumentar os benefícios do desenvolvimento mundial.

A inovação tecnológica pode colocar o mundo em uma rota mais segura e menos dolorosa para enfrentar os efeitos do aquecimento global. Ela desempenha um importante papel na solução do impacto climático e do desenvolvimento sustentável. A inovação é um esforço coletivo que se apropria de muitas fontes de inspiração e competências diversas, sendo, portanto, o ambiente universitário, com sua natural curiosidade e efervescência intelectual, o local mais adequado para que novas ideias e tecnologias floresçam. A tecnologia desenvolvida nas universidades pode e deve direcionar políticas públicas e privadas para que seu emprego seja possível.

A universidade não só reúne todas as competências necessárias para construir um novo caminho de desenvolvimento econômico, como também é seu dever identificar, questionar e analisar criticamente as opções a serem trilhadas. Ela tem um papel de destaque nesta mudança de trajetória de desenvolvimento que exigirá tanto novas tecnologias e processos como novas práticas e hábitos individuais. A academia é, portanto, uma parceira fundamental dos atores da economia mundial, muitas vezes responsáveis pela definição de políticas de desenvolvimento.

Nesse sentido, a Aliança Global das Universidades pelo Clima, que a UFRJ integra, estará presente este ano em Davos.

*Publicado em O Globo, em 18/01/2020