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/Uma Coppe mais feminina recebe seus novos alunos

A Coppe/UFRJ recebeu nesta segunda-feira, 5 de março, 800 novos alunos de mestrado e doutorado. Na semana em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a diretora de Assuntos Acadêmicos, professora Cláudia Werner, ressaltou em sua apresentação o crescente aumento no número de mulheres no corpo discente da Coppe. Formando profissionais de uma carreira predominantemente masculina, a Coppe, que em 2018 completa 55 anos, tem se tornado uma instituição cada vez mais próxima da equidade na questão de gênero. Agora, uma entre cada três novos estudantes da instituição é mulher. No Programa de Engenharia Oceânica, elas já são maioria.
 

O diretor, professor Edson Watanabe, e a diretora de Assuntos Acadêmicos, professora Cláudia Werner, apresentaram a instituição aos recém-egressos e os conclamaram a serem ousados e inovadores, mas sobretudo éticos. O diretor da Coppe disse aos novos alunos que a instituição espera que eles descubram problemas de interesse da sociedade, encontrem soluções para esses problemas, sejam ousados e criativos, e publiquem suas descobertas em revistas indexadas. “As agências e as empresas não acreditam em currículo vazio. Publiquem e façam seus currículos”, enfatizou o diretor.


Segundo Claudia Werner, a instituição está vivendo um momento de renovação, com o ingresso de mais de 20 novos docentes; expansão do processo de internacionalização, maior integração com a graduação em Engenharia da UFRJ, além do aumento no número de mulheres cursando o mestrado e doutorado. A professora destacou o rendimento da instituição na Avaliação Capes mais recente, relativa ao quadriênio 2013-2017. Três programas obtiveram conceitos 7 e seis obtiveram conceitos 6, os quais indicam excelência acadêmica de nível internacional.


Claudia recomendou aos alunos que assistam a palestra que será ministrada pelo professor Edson Watanabe, em data ainda a ser sugerida, sobre plágio e integridade na pesquisa, e que se empenhem em conhecer melhor a instituição na qual estão ingressando. “Visitem o Espaço Coppe Miguel de Simoni, que abriga a exposição permanente “Exploradores do Conhecimento”. Cada nicho aborda um conjunto de pesquisas e tecnologias desenvolvidas pela Coppe nas últimas décadas. Elas são apresentadas em linguagem simples, com conteúdo interativo. É bem interessante, não deixem de visitar”, reforçou.


A diretora de Assuntos Acadêmicos falou também sobre o trabalho de divulgação das atividades da Coppe, veiculado pelo Planeta Coppe Notícias. “É uma forma de comunicação da Coppe com a sociedade e com a sua comunidade de alunos, professores e funcionários. A integração com a sociedade sempre foi o carro-chefe da instituição, e as matérias que vocês encontram no Planeta Coppe evidenciam isso”, explicou Cláudia Werner, que recomendou ainda à plateia que se mantenham informados pelas redes sociais, seguindo o Facebook e o Twitter da Coppe.



Contando com os novos alunos para inovar
 

O professor Watanabe apresentou o conceito de Technology Readiness Level (TRL), uma escala de maturidade tecnológica que vai de 1 a 9, indicando quão pronta está uma tecnologia para ser usufruída pela sociedade. O diretor da Coppe enumerou tecnologias inovadoras desenvolvidas na instituição, como o Maglev-Cobra, a Boia de Suporte a Risers, a Boca de Sino Multifuncional, estes dois últimos vencedores de prêmios da Agência Nacional do Petróleo (ANP).


O professor Watanabe ponderou que o Brasil vai bem em termos de produção científica, mas em inovação o país se encontra apenas na 69ª posição, em um ranking mundial. “Na América Latina, eu penso que temos a obrigação de sermos os primeiros, mas estamos atrás do Chile, da Costa Rica, do Panamá e do Uruguai. E acho que México e Colômbia. Somos o sétimo. Meu único consolo é que a Argentina vem depois”, brinca, “estamos contando com vocês para melhorar essa posição”.


O diretor disse que conta com os alunos da Coppe para virar o jogo e inovar. Pediu ainda que pratiquem a interdisciplinaridade, que interajam com seus colegas, inclusive de outros programas acadêmicos. “A participação física de vocês nos laboratórios, salas de aula, espaços de convivência, é importantíssima. Porque é nessa interação que surge o chamado ‘conhecimento volátil’, que em um ou dois encontros não têm grande significado, mas em dois, três anos de vida acadêmica, faz muita diferença”, reforçou o diretor da Coppe.


Ajudando o país a avançar


Na avaliação do professor Romildo Toledo, vice-diretor da Coppe, a chegada de 800 novos alunos (o equivalente a quase 30% do corpo discente) é uma grande oxigenação para a instituição e a rejuvenesce. “A Coppe, espero que vocês percebam isso, tem um ambiente acadêmico muito instigador, que busca sempre trabalhar em projetos de interesse da sociedade. Temos uma estrutura voltada para isso, mais de 120 laboratórios, fundação de apoio que trabalha nessa integração com a indústria. Que os engenheiros que saiam daqui tenham a consciência dos problemas da nossa sociedade, problemas que ela precisa que ajudemos a resolver. O Brasil não vai avançar se não o empurrarmos adiante”, exortou Romildo.

 

Convidado pelo professor Watanabe a falar sobre o recém-regulamentado Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (leia aqui matéria do Planeta Coppe sobre o tema), o diretor de Orçamento e Controle da Coppe, Fernando Peregrino, ressaltou sua importância para a inovação e o desenvolvimento do país.


“O Marco Legal estabeleceu a inovação como prioridade do Estado, é uma diretriz constitucional. Ele permite as autarquias não apenas financiarem a pesquisa, mas ao encontrarem um produto novo, investir capital e se tornar parceira para levar este produto ao mercado. Não há inovação sem indústria. O Brasil retrocedeu ao nível de 1950 na participação do setor industrial no PIB. O País atrofiou a sua base de desenvolvimento econômico”, disse Peregrino.


Pós-graduando, não se cale


No início da solenidade, o professor Edson Watanabe concedeu a palavra a dois membros da Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFRJ, entidade que representa os estudantes de mestrado e doutorado da universidade nas instâncias colegiadas da UFRJ e representar politicamente o corpo discente.


A aluna do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), Alice Pina, enumerou aos recém-egressos algumas das iniciativas desenvolvidas pela Associação em prol dos estudantes de pós-graduação, como a constituição de um grupo de saúde mental e da comissão “Não se cale”, criada para discutir e combater todas as formas de violência, assédio e opressão que existam na universidade. A APG mantém um site, no qual está disponível um Guia Discente, com informações básicas sobre a pós-graduação e a universidade, além de um email para contato e uma página no Facebook.

 

Sobre a Coppe


A Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – é o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina. Fundada em 1963, pelo engenheiro Alberto Luiz Coimbra, ajudou a criar a pós-graduação no Brasil e, ao longo de cinco décadas, a Coppe já formou 16.321 mestres e doutores em Engenharia, atraindo alunos de todo o Brasil e do exterior. Atualmente, 2.417 alunos cursam os 13 programas da instituição: 1.254 no doutorado e 1.163 no mestrado. Desse total, 163 são estrangeiros, em sua maioria proveniente de países da América do Sul. A instituição conta ainda com 113 pesquisadores em pós-doutorado, 94 brasileiros e 19 estrangeiros. O programa com mais pós-doutores é a Engenharia Civil.

  • Publicado em - 08/03/2018