/Professora Aïda Espínola lança livro sobre o químico Fritz Feigl
- Local: Coppe
- Data: 01/07/2009
A Coppe e o Instituto de Química da UFRJ lançaram, dia 1º de julho, o livro “Fritz Feigl: atualidade de seu legado científico”, de autoria de Aïda Espínola, professora titular aposentada do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM) da Coppe e do Instituto de Química (IQ) da UFRJ. Nascido em Viena, Áustria, e naturalizado brasileiro, o químico Fritz Feigl (1891-1971) influenciou as pesquisas na química moderna e projetou o nome do Brasil no meio científico mundial.
O lançamento contou com a presença do diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, da diretora do Instituto de Química da UFRJ, Cássia Turci, do diretor Acadêmico da Coppe, Walter Watanabe, do decano do Centro de Tecnologia da UFRJ, Walter Suemitsu, do diretor da Escola Politécnica da UFRJ, Ericksson Almendra, entre ex-alunos e colegas que fizeram parte da trajetória profissional da autora do livro. Na oportunidade, a Coppe inaugurou a sala Aïda Espínola, que fica no Espaço Coppe, Bloco I-2000, no Centro de Tecnologia da UFRJ.
O cientista é conhecido mundialmente pela criação dos kits de reação (spot tests), cuja técnica leva o seu nome, Ensaio de Feigl, e consiste na coleta de uma ou poucas gotas de reagente para a realização de diagnóstico em exames laboratoriais. Utilizando um único reagente, Feigl tornou possível realizar análises rápidas e de uma forma simples, seja para fins clínicos, como exames de urina, estratégicos e forenses, como identificação de resíduos de armas de fogo ou de cocaína.
Refugiado da Europa nazista, Feigl chegou ao Brasil em 1940, tornando-se um grande impulsionador das pesquisas em química no país. Formado em Química pela Universidade de Viena, atuou no Brasil no Laboratório de Produção Mineral (LPM), do Departamento Nacional da Produção Mineral, então ligado ao Ministério da Agricultura. Foi convidado por Mario Silva Pinto, então diretor do LPM, a implantar um Centro de Pesquisas Microquímicas que se tornou referência internacional na área.
A autora fez um levantamento minucioso da vida e da obra do cientista, que foi seu colega no Laboratório de Produção Mineral, de 1942 a 1968. Aïda mapeou as citações e os desdobramentos em outros países dos estudos realizados por Feigl no Brasil que serviram de base para pesquisas e testes nas áreas de geologia, geoquímica, medicina, farmacologia e química ambiental.
Feigl teve uma vasta produção científica, publicou mais de 600 trabalhos em periódicos. Foi membro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, da Real Academia de Gotemburgo, da Academia Austríaca e da Academia Brasileira de Ciências, além de professor honoris causa em diversas universidades pelo mundo. Seu livro ‘Química de Reações Específicas’ (1949) é considerado um dos mais importantes textos da química analítica.
Perfil da autora
Aïda Espínola é professora titular aposentada da Coppe. Carioca, criada em Copacabana, Aïda é um dos mais respeitados nomes da Química no Brasil. Sintonizada com os grandes desafios do mundo contemporâneo, formou gerações de pesquisadores em energias alternativas e despoluição ambiental.
Atuando no Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais desde 1975, foi pioneira ao introduzir no Brasil pesquisas que anteciparam algumas das grandes demandas atuais do País, como os estudos em eletroquímica de sais fundidos, de grande interesse para a exploração de petróleo nas camadas do Pré-sal, e em geradores de eletricidade de pilhas a combustível.
Primeira pesquisadora brasileira a desenvolver, fabricar e testar uma pilha a combustível, investiu no que acreditava vir a ser uma das fontes de energia do futuro. E acertou!
Na Coppe, onde integrou o quadro de docentes, de 1975 a 2002, a professora orientou 13 teses, sendo sete de mestrado e seis de doutorado. Também é autora de mais de 150 artigos publicados em periódicos científicos e oito livros. Representante brasileira no World Energy Council, recebeu do CNPq em abril de 2006 o título de Pesquisadora Emérita, pelo conjunto de sua obra científica e tecnológica.
- Publicado em - 29/04/2014