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/Rosinha Garotinho viaja no primeiro ônibus movido a biodiesel do País

  • Local: Fábrica da Volkswagen, Resende
  • Data: 21/11/2003

Na próxima sexta-feira, dia 21, a Governadora do Estado do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho, inicia mais uma etapa do Programa Rio Biodiesel. Rosinha vai andar no primeiro ônibus movido a biodiesel, que será doado ao estado pela Volkswagen para testes. A produção do combustível e o acompanhamento dos testes ficarão a cargo da COPPE-UFRJ. Instalada na Cidade Universitária, uma usina de biodiesel produzirá mil litros de combustível por hora. Fruto de quatro anos de pesquisas, o projeto foi desenvolvido pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) da COPPE, visando transformar óleo vegetal novo ou usado em combustível. O evento será realizado às 9 horas, nas instalações da fábrica da Volkswagen, em Resende.

Segundo a professora da COPPE, Suzana Ribeiro, coordenadora do projeto, o Brasil tem potencial para se tornar referência no uso de biodiesel, a exemplo do que aconteceu com o álcool, uma vez que possui as condições básicas necessárias para sua produção, como clima, área disponível para plantio, infra-estrutura, mão-de-obra e tecnologia, precisando apenas de um suporte governamental. “Daí a importância da presença da governadora para a implementação de projeto desse porte, unindo governo, indústria e universidade”, destaca Suzana.

O Biodiesel

Iniciado em 2000, o projeto biodiesel encontra-se em fase final de testes para provar a eficiência do biodiesel produzido no Brasil como fonte alternativa de energia e, finalmente, ter sua fabricação no País homologada. Os testes químicos já revelaram que as principais características do biodiesel, obtido a partir de óleos vegetais novos ou reutilizados, são similares a do óleo diesel usado em veículos de transportes e na geração de energia elétrica. Apesar de já ser uma realidade no exterior, esta é a primeira vez que se produz o biodiesel e são feitos testes com óleos nativos do Brasil, nas condições climáticas do País.

Os primeiros testes começaram a ser realizados reaproveitando 25 mil litros de óleo cedidos pela rede Mc Donald’s, utilizados nos caminhões da Comlurb, ambos parceiros da COPPE no projeto juntamente com a Petrobras. O óleo vegetal é obtido a partir da gordura hidrogenada usada para fritar batata nas lojas da rede sediadas no Rio. Segundo os pesquisadores, a utilização do biodiesel possibilitará ganhos financeiros, ambientais e sociais. “O uso de biodiesel permite uma grande redução de emissão de monóxido de carbono e fumaça negra. Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração empregos, tanto na fase da coleta como de processamento”, ressalta Suzana. Além disso, o uso do biodiesel pode gerar benefícios ao país, que consumiu este ano aproximadamente 40 bilhões de litros de óleo diesel, sendo grande parte importada.

Como o biodiesel pode ser feito a partir de vários insumos, o uso do biodiesel abre perspectiva também para um melhor aproveitamento da biodiversidade do país. Na região Norte, poderiam ser produzidos biodiesel a partir do babaçu e o dendê; no Nordeste, da mamona; no Centro Oeste, da soja e nos grandes centros urbanos o mais indicado seria a utilização de óleos residuais,o que diminuiria a carga ambiental.

  • Publicado em - 09/05/2014