Coppe UFRJ 50

/Uma Nova Abordagem Sobre a Vinda da Família Real Portuguesa Para o Brasil

Será lançado na quarta-feira, 5 de outubro, o livro D. João VI – Adorador do Deus da Ciência de José Carlos de Oliveira. A obra trata de um período e de um personagem peculiares e fundamentais na história do Brasil, como demonstra o prefácio de Roberto Barthollo, professor do programa de Engenharia de Produção da COPPE. O lançamento será na sala Aïda Espínola, no Espaço COPPE, entre os blocos G e H do Centro de Tecnologia, às 13 horas.

Barthollo explica que aconteceu algo de inédito na história da colonização das Américas quando a Família Real portuguesa, em 1808, se mudou para o Brasil e implantou sua Corte no Rio de Janeiro. Em poucas palavras, o ineditismo da empreitada pode ser resumido como a incorporação da elite dirigente metropolitana pela colônia. Este foi um período marcado por convulsões que sucederam a Revolução Francesa e, mais particularmente, a ocupação da Península Ibérica pelas tropas napoleônicas. No Rio, então uma cidade colonial, as mudanças foram muitas e profundas, a partir da transformação do Rio em sede de um Império.

A nova configuração política do Rio teve diversos impactos culturais, gerados por uma série de Alvarás, Decretos, Leis, Decisões, Resoluções, Cartas Régias promulgadas na época e centralizadas na figura do imperador D. João VI. O livro do professor José Carlos de Oliveira analisa a importância dessas transformações no desenvolvimento de uma cultura científica no Brasil. Assim, como explica o prefácio de Barthollo, podemos entender a abertura dos portos não como um evento apenas comercial, mas associado às novas idéias vindas da Europa. Foi um intercâmbio cultural que contou com a obra de viajantes, pesquisadores e naturalistas de variada origem. Com a Corte no Rio de Janeiro, foram redesenhadas as bases materiais e imateriais da cultura brasileira, com efeitos profundos e irreversíveis em campos da memória nacional como o início da cultura científica no Brasil. Trata-se de uma obra relevante e necessária para pensarmos criticamente a modernidade brasileira. O livro nos ajuda a compreender a importância da pesquisa histórica. E a da história da ciência em particular.