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/O Comércio Eletrônico e Suas Potencialidades para a Sociedade Brasileira

  • Local: Anfiteatro da Geotecnica - Acesso pelo Bloco H do Centro de Tecnologia, na Ilha do Fundão
  • Data: 29/09/2003
  • Hora: 09:00

Com o objetivo de discutir as reais vantagens do Comércio Eletrônico para consumidores, empresas e governos, o Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da COPPE/UFRJ promoverá, no próximo dia 29, a partir das 9 horas, a segunda edição dos Seminários de Informática e Sociedade.

O professor Henrique Luiz Cukierman, coordenador da linha de pesquisa Informática e Sociedade, diz que o tema Comércio Eletrônico vem sendo discutido por vários segmentos da sociedade. Cukierman explica que a utilização das tecnologias de informação e comunicação provocou não apenas modificações de caráter individual, mas também redefinições nas esferas empresarial e governamental. “Com a Internet, aplicações consideradas inovadoras como o Comércio Eletrônico tornaram-se relativamente disponíveis, redimensionando oportunidades, bases de competitividade, estratégias e ambientes de negócios”, conclui.

O pesquisador Marco Aurélio Alves de Mendonça, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC), co-organizador do evento, diz que o Comércio Eletrônico não é a salvação da lavoura, mas facilita a vida de vários segmentos da sociedade. Mendonça explica que, além de se beneficiarem do acesso à informação sobre produtos 24 horas por dia, os consumidores que utilizam a Internet ainda economizam tempo. Eles evitam deslocamentos até os estabelecimentos ou vão direto ao ponto de venda escolhido após pesquisa pela Internet.

Quando o assunto é micros e pequenas empresas (MPE), Mendonça diz que o universo é cinzento e grandioso. Na visão do pesquisador, o escopo de pequenas firmas que podem ser beneficiadas e mesmo capazes de perceber esses benefícios é muito pequeno porque elas não são dotadas de competências para compreender as vantagens do Comércio Eletrônico. Segundo Mendonça, este quadro aponta para a necessidade da presença de um agente externo, de preferência ligado ao Governo Federal, que seja capaz de prover informação e conhecimento para as pequenas firmas. No Brasil, essas iniciativas são descoordenadas e ineficientes, como diz o pesquisador.

“Basicamente, o uso das tecnologias de informação pode facilitar as inovações, o aumento da eficiência, a elevação do potencial de comercialização, a redução dos custos de transação, e a ampliação de mercados, inclusive externos. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio tem projetos neste sentido, geralmente privilegiando arranjos de MPE. O problema é que para a compreensão disto tudo requer competências técnica e empresarial e, normalmente, as pequenas firmas não as têm”, explica Marco.

Os governos, em especial o brasileiro, podem se beneficiar das tecnologias de informação em vários sentidos. Mendonça diz que o Comércio Eletrônico beneficia o processo de compras governamentais. “Através da Internet são realizados autênticos leilões às avessas para compras de materiais. Isso certamente pode economizar recursos e tornar o processo mais racional. Além disso, pode-se pensar uma forma que facilite a arrecadação de tributos, outro aspecto importante da política fiscal”, conclui o pesquisador.

Apesar de ter sido criado para melhorar a relação comercial entre as empresas e seus clientes, o Comércio Eletrônico pode ser considerado como um “tiro no pé”, caso a empresa tenha uma percepção deturpada da aplicação. Um equívoco comum resulta da invasão de privacidade decorrente do envio de mensagens não autorizadas, o chamado “spam”. Mendonça considera esta estratégia um erro. Na opinião do pesquisador, o que as pessoas procuram dentro e fora da rede é o mesmo: preço, qualidade e bom atendimento. “O spam é o oposto do bom atendimento, ele incomoda. Assim, outras alternativas tendem a ser mais atraentes, como promoções, possibilidade online de testar o produto, ou mesmo o provimento de informações realmente úteis, ao contrário do spam”, aconselha Mendonça.

A série Seminários de Informática e Sociedade tem como objetivo contribuir com os trabalhos da linha de pesquisa do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da COPPE/UFRJ. O professor Henrique Cukierman diz que com o debate sobre o Comércio Eletrônico está sendo cumprida, mais uma vez, a missão de oferecer uma oportunidade de reflexão sobre questões relevantes ao estudo sociotécnico das políticas e das práticas acadêmicas, científicas, governamentais, empresariais, sociais e culturais, relacionadas às novas tecnologias de informação e comunicação. O Seminário Comércio Eletrônico será realizado no Anfiteatro da Geotecnica, com acesso pelo Bloco H do Centro de Tecnologia, na Ilha do Fundão.

Programação

9:00 – Comércio eletrônico: uma abordagem introdutória
Marco Aurélio Alves de Mendonça - doutorando - PESC/COPPE/UFRJ

10:00 – Do EDI ao B2B
Raul Colcher - Fundação Getúlio Vargas

11:00 – Intervalo

11:30 – Aplicações B2C
Henrique Faulhaber - provedor ISM

12:30 – Almoço

14:00 – Estudos de caso em Comércio Eletrônico
Geraldo B. Xexéo - PESC/COPPE/UFRJ

15:00 – Políticas internacionais para Comércio Eletrônico e perspectivas para o Brasil
Liz-Rejane Issberner - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)

16:00 – Intervalo

16:15 – Mitos e Realidades do Comércio Eletrônico em Empresas Brasileiras
Paulo Tigre - Instituto de Economia – UFRJ

  • Publicado em - 26/10/2016