Coppe UFRJ 50

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O livro traz um levantamento minucioso da vida e da obra do químico Fritz Feigl (1891-1971) que influenciou as pesquisas na química moderna e projetou o nome do Brasil no meio científico mundial. No livro, a professora titular aposentada do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais (PEMM) da Coppe e do Instituto de Química (IQ) da UFRJ, Aïda Espínola, mapeou as citações e os desdobramentos em outros países dos estudos realizados por Feigl no Brasil que serviram de base para pesquisas e testes nas áreas de geologia, geoquímica, medicina, farmacologia e química ambiental.

 

Nascido em Viena, Áustria, e naturalizado brasileiro, o cientista é conhecido mundialmente pela criação dos kits de reação (spot tests), cuja técnica leva o seu nome, Ensaio de Feigl, e consiste na coleta de uma ou poucas gotas de reagente para a realização de diagnóstico em exames laboratoriais. Utilizando um único reagente, Feigl tornou possível realizar análises rápidas e de uma forma simples, seja para fins clínicos, como exames de urina, estratégicos e forenses, como identificação de resíduos de armas de fogo ou de cocaína.

 

Refugiado da Europa nazista, Feigl chegou ao Brasil em 1940, tornando-se um grande impulsionador das pesquisas em química no país. Formado em Química pela Universidade de Viena, atuou no Brasil no Laboratório de Produção Mineral (LPM), do Departamento Nacional da Produção Mineral, então ligado ao Ministério da Agricultura. Foi convidado por Mario Silva Pinto, então diretor do LPM, a implantar um Centro de Pesquisas Microquímicas que se tornou referência internacional na área.

 

Feigl teve uma vasta produção científica, publicou mais de 600 trabalhos em periódicos. Foi membro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, da Real Academia de Gotemburgo, da Academia Austríaca e da Academia Brasileira de Ciências, além de professor honoris causa em diversas universidades pelo mundo. Seu livro ‘Química de Reações Específicas’ (1949) é considerado um dos mais importantes textos da química analítica.

 

A publicação é fruto de uma parceria entre a Coppe e o Instituto de Química da UFRJ.