Lista de Notícias

/Coppe/UFRJ promove encontro Internacional de Fortificações e Patrimônio Militar

A Coppe/UFRJ e o Icofort– comitê científico sobre fortificações do Icomos, instituição responsável pela avaliação para a Unesco de candidaturas a Patrimônio Mundial, promovem, entre 06 e 08 de novembro, o "Encontro Internacional de Fortificações e Patrimônio Militar – ICOFORT Rio 2017". O objetivo é colaborar com a discussão sobre o futuro do patrimônio militar gerada pela candidatura de 19 fortificações brasileiras, marcos da preservação do patrimônio nacional. O evento, que reunirá no Rio de Janeiro cerca de 300 especialistas, nacionais e internacionais, e profissionais de áreas afins, será realizado no Forte Duque de Caxias, na Praia do Leme, Zona Sul do Rio de Janeiro.

 

Organizado pela equipe do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social (LTDS) da Coppe, sob a coordenação do professor de Engenharia de Produção, Roberto Bartholo, contará com 40 palestrantes, entre eles a presidente do Icofort, Milagros Flores, uma referência mundial no tema. O objetivo é apresentar e discutir experiências e pesquisas nas áreas de gestão, inovação, memória e uso turístico-cultural de fortificações.

 

"Esperamos que esse encontro contribua para uma troca de experiências que auxilie gestores e pesquisadores na formulação de ações futuras em prol do processo de candidatura das fortificações brasileiras a patrimônio da humanidade", diz o professor Bartholo, da Coppe.

 

A pesquisadora Marisa Egrejas, do LTDS da Coppe, explica que a iniciativa do Brasil, desde 2015, de apresentar a candidatura de 19 fortificações históricas a Patrimônio Mundial, despertou discussões sobre a gestão das fortificações. “Uma das exigências da Unesco para a titulação é que os candidatos apresentem um plano de gestão que garanta a proteção do bem patrimonial”, explica a pesquisadora.

O vice-presidente do Icoforte, José Claudio dos Santos, destaca a importância do envolvimento da academia na geração de conhecimento de uma candidatura. “Um patrimônio mundial remete ao reconhecimento da existência de um valor universal excepcional, e esse valor precisa ser fundamentado e discutido cientificamente com vários olhares, do arqueólogo ao arquiteto, passando pelo historiador, pelo administrador que irá manter este bem, pelo museólogo que o interpretará e por outros e muitos campos do conhecimento.”

 

No Brasil, há cerca de mil fortificações que ainda se encontram edificadas, em ruínas ou como resquício arqueológico. Em abril deste ano foi assinada a Carta do Recife, um documento que traça diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas e para a certificação de destinos patrimoniais. Segundo o professor Roberto Bartholo, da Coppe, “os sítios históricos fortificados não possuem apenas uma existência física, eles também são símbolos de uma identidade cultural, e sua memória atualizada implica fazer presentes valores e afirmar pertencimento. Nesse sentido, a realização pela primeira vez no Brasil, de um encontro internacional do Icofort colabora no amadurecimento da candidatura de uma série de fortificações a patrimônio da humanidade. Isso significa também o empenho por evitarmos aquilo que é o maior risco da memória: o esquecimento. Um povo desmemoriado dificilmente exerce cidadania”.

 

Das 19 fortificações candidatas, oito estão sob a guarda do Exército Brasileiro, incluindo a de São João e Santa Cruz, nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, respectivamente. Desde 2010, o Exército, por meio de sua Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHCEx) já realizou projetos em parceria com o laboratório da Coppe, envolvendo as fortificações da Baía da Guanabara, a Casa Histórica de Deodoro e a Fortaleza da Conceição. Recentemente o professor Roberto Bartholo criou, no LTDS, um grupo de pesquisa exclusivamente voltado para o Patrimônio Militar, com atuação nos temas de gestão, inovação e turismo militar.

 

Na opinião da pesquisadora Flavia Mattos, do LTDS da Coppe, que também participa da organização do Encontro, um evento como esse funciona para o aprofundamento das relações humanas e institucionais entre civis e militares, gerando reconhecimentos mútuos. Flavia está em fase final de sua tese de doutorado sobre o processo de institucionalização do Sistema Cultural do Exército Brasileiro.

 

O Encontro conta com apoio financeiro do CNPq, do Exército Brasileiro, e das empresas Cristanini e GBOEX.Confira programação completa:
http://www.coppe.ufrj.br/sites/default/files/programacao_icofortrio-2017.pdf

 

Mais informações no site do evento: www.icofortbrasil.org
 

  • Publicado em - 01/11/2017