/Ilha do Fundão será asfaltada com materiais testados pela COPPE
Os milhares de motoristas que circulam diariamente pela Cidade Universitária, na ilha do Fundão, acabam de receber uma boa notícia. Uma parceria entre a COPPE/ UFRJ e o Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) vai resolver os problemas dos trincamentos, comuns no antigo asfalto da Ilha, que é o principal motivo de queixas dos motoristas de veículos que circulam pelo local, incluindo 1500 ônibus. A supervisão técnica ficará a cargo do Laboratório de Misturas Asfálticas do Programa de Engenharia Civil da COPPE e o projeto será financiado pelo Cenpes.
Os pesquisadores do laboratório da COPPE vão analisar mais de 20 misturas asfálticas para selecionar as mais apropriadas a serem usadas no projeto. A professora Laura Goretti da Motta, coordenadora do laboratório, explica que ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, o asfalto, extraído de resíduo de petróleo, corresponde a apenas cerca de 5% do total de uma mistura asfática, sendo os 95% restantes constituídos por pedra. As misturas possíveis, no entanto, não são todas iguais: “além dos componentes comumente usados, compostos como polímeros e pó de borracha de pneus moídos podem ser agregados ao asfalto, aumentando sua flexibilidade e, portanto, sua vida útil” – explica.
Todas as principais vias da Cidade Universitária serão asfaltadas. As obras de asfaltamento começarão em até 30 dias e o primeiro local a ser asfaltado será a rua onde fica o prédio da Reitoria. A equipe do laboratório da COPPE testará as diferentes misturas em cada trecho de 100 m. Com base nos resultados obtidos é que as vias serão asfaltadas. Segundo Goretti, nos pontos de ônibus da Ilha serão usadas as misturas mais resistentes.
A professora explica que para se asfaltar novamente uma via já pavimentada, em certos casos, como o do campus, é preciso raspar as camadas antigas, a chamada fresagem: “Há casos em que a fresagem é necessária para que o nível da pista não fique mais alto que o da calçada. Outra questão que faz a fresagem ser necessária é aexistência de pontos de trincamento, que se fossem simplesmente reasfaltados diminuiriam a vida útil da pavimentação, com a tendência de as falhas existentes se refletirem nas novas camadas aplicadas. Como este é o caso da ilha do Fundão, usaremos a mistura asfáltica retirada das pistas para pavimentar o estacionamento em frente ao prédio da Geotecnia e do CETS, além do bloco H do CT” – explica a professora.
- Publicado em - 09/10/2006