Lista de Notícias

/Mulheres na Ciência: Carolina Cotta fala sobre desafios e conquistas na trajetória acadêmica

 

“Macro desafios na construção de uma carreira em Nano e Microfluidica” é o tema da palestra que será proferida no próximo dia 9 de outubro, às 10 horas, pela professora da Coppe/UFRJ Carolina Cotta, vencedora do Prêmio Coppe Giulio Massarani Mérito Acadêmico 2018. Promovido pelo Grupo de Apoio à Mulher, criado para estimular a participação das mulheres na carreira acadêmica e científica, o evento será realizado no auditório da Coppe, Bloco G, sala 122, Centro de Tecnologia, Cidade Universitária.

 

Na palestra, a pesquisadora carioca, de 37 anos, falará sobre sua trajetória na academia, a qual revela a craque que trocou o esporte pela ciência. Ex-atleta, que chegou a ser parceira de quadra de integrantes da seleção brasileira de vôlei, como Paula Pequeno, e de vôlei de praia, como Ângela Rebouças Lavalle, Carolina optou pela Engenharia. Mestre e doutora em Engenharia Mecânica pela Coppe, com pós-doutorado pela University College London (UCL), na Grã-Bretanha, ingressou em 2011 como docente do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, e em 2013 passou também a integrar o quadro de professores do Programa de Engenharia da Nanotecnologia.

 

Membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) desde 2015, e pesquisadora 1D do CNPq desde 2011, foi contemplada três vezes pelo Programa Jovem Cientista do Nosso Estado da Faperj. Como orientadora, recebeu seis premiações. Entre elas, a Menção Honrosa no Prêmio Capes de Teses, em 2014, na categoria Engenharias III, defendida pelo aluno Diego Campos Knupp; e o II Prêmio Oscar Niemeyer de melhor Projeto Final, concedido pelo Crea, em 2011, de autoria de João Vitor Cabral Ayres. 

 

Cresce a participação de alunas na Engenharia

 

A Coppe/UFRJ, que oferece cursos em carreiras que no passado eram eminentemente masculinas, vem apresentando nos últimos anos um crescente aumento no número de alunas. Hoje, a proporção é de uma mulher a cada três estudantes. A presença feminina se destaca nos cursos de doutorado, nos quais 421 dos alunos são mulheres, representando 34,2% do total de discentes da instituição. Elas já são maioria no mais recente programa da Coppe, o de Engenharia de Nanotecnologia, criado em 2013, no qual ingressaram nos últimos dois anos 28 mulheres e 15 homens.

 

A igualdade de gênero está entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela ONU. A história mostra que as mulheres foram e ainda são vítimas de preconceito e falta de reconhecimento na ciência, o que passou a ser chamado de efeito Matilda. O termo é uma homenagem à sufragista Matilda Joslyn Gage, que em 1893 escreveu o ensaio Woman as an Inventor para protestar contra a ideia dominante de que uma mulher não teria genialidade para invenções. Um século depois, a historiadora da ciência Margaret W. Rossiter, da Universidade Cornell, homenageou Gage e cunhou o termo para o fenômeno, no artigo Social Studies of Science, questionando a omissão intencional das mulheres nas descobertas científicas.

 

São muitos os exemplos nos quais trabalhos importantes desenvolvidos por mulheres cientistas tiveram o crédito atribuído a homen. Um exemplo é o conhecido caso de Rosalind Elsie Franklin, que contribuiu para a descoberta da estrutura dupla hélice do DNA. James Watson e Francis Crick, inclusive, ficaram com o Prêmio Nobel de Medicina, em 1962, quatro anos depois da morte dela. Rosalind Franklin, especialista na difração dos raios-x, em 1952, conseguiu uma ótima imagem da molécula, a chamada “fotografia 51”, mas um de seus alunos mostrou a fotografia a Maurice Wilkins, que a compartilhou com Crick, sem que ela soubesse. Foi então que James Watson e Francis Crick combinaram a imagem com os conhecimentos que tinham e, em 1953, publicaram na revista Nature uma série de artigos com a proposta de estrutura de dupla hélice para o DNA. Rosalind Franklin nem sequer foi citada nos estudos, enquanto Wilkins sim.

 

Outras mulheres quase ignoradas na história da ciência foram: Trótula de Salerno, que no século XI, estudou doenças femininas e deixou vários escritos; Maria Goeppert-Mayer, física que recebeu, junto com Eugene Paul Wigner e J. Hans D. Jensen, o Nobel de Física em 1963; Agnes Pockels, química alemã que desenvolveu em 1890 um conjunto de observações sobre tensão superficial da água; ou Nettie Maria Stevens que descreveu a base genética e cromossômica da definição do sexo em humanos.

 

Sobre microfluídica

 

A microfluídica é definida como a ciência e tecnologia que envolve o estudo do comportamento dos fluidos, manipulação controlada de fluidos e o design de dispositivos ou sistemas que possa executar de forma confiável tarefas em microcanais com dimensões típicas de dezenas a centenas de micrômetros. O objetivo é controlar o escoamento dos fluidos para ter várias aplicações, como nas áreas de nanotecnologia e biotecnologia.

 

Saiba mais sobre Carolina Cotta na seção perfil do Planeta Coppe Notícias  http://www.coppe.ufrj.br/pt-br/planeta-coppe-noticias/perfil/carolina-naveira-cotta-uma-atleta-na-engenharia

 

Para conhecer o Grupo de Apoio à Mulher, acesse o site https://gamcoppe.wixsite.com/ufrj.

  • Publicado em - 17/09/2019