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/Novos diretores da Coppe tomam posse

Em uma cerimônia marcada por reflexões sobre a situação do país e da universidade brasileira, o Reitor da UFRJ, Roberto Leher, deu posse ao novo diretor da Coppe/UFRJ, professor Edson Watanabe, e do vice-diretor, professor Romildo Toledo. A cerimônia, realizada, sexta-feira, 18 de setembro, reuniu, no auditório da Coppe, na Cidade Universitária, mais de 300 pessoas, entre professores, alunos, funcionários, parlamentares, representantes de governos, de empresas, de instituições científicas e acadêmicas.


Na solenidade, presidida pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor Roberto Leher, a mesa reuniu os dois novos diretores, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Luiz Manuel Rebelo Fernandes, que representou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo; o decano do Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, Fernando Luiz Bastos Ribeiro; o ex-diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa; e o diretor do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), André Lima Cordeiro, representando o diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, Roberto Moro.


Na plateia, personalidades e autoridades prestigiaram a posse dos novos diretores da Coppe, entre elas: o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis; o cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Tsuyoshi Yamamoto; o assistente da Presidência da Petrobras, José Fantine, o deputado federal Miro Teixeira, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e professor da Coppe, Maurício Tolmasquim; o presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e professor da Coppe, Aquilino Senra; o diretor científico da Faperj, Jerson Lima Silva; o membro do Conselho Estadual de Educação e ex-diretor da Coppe, Paulo Alcantâra Gomes, ex-reitor da UFRJ; entre muitos outros. Também estiveram presentes professores eméritos da UFRJ e ex-diretores da Coppe.


Emoção e reconhecimento


Com emoção e bom humor, Edson Watanabe descreveu sua trajetória, da infância até os dias de hoje. Ao final do seu pronunciamento, foi aplaudido de pé por uma plateia empolgada e emocionada.


O novo diretor da Coppe iniciou seu discurso lembrando seu primeiro contato com o mundo acadêmico. Watanabe pisou pela primeira vez em uma universidade ainda menino, acompanhando o pai, imigrante japonês que chegou ao Brasil em 1932, aos 5 anos de idade. Agricultor, o pai de Watanabe plantava tomates em uma localidade próxima a Miguel Pereira, interior do Rio de Janeiro. No intuito de buscar orientação para combater os males que prejudicavam a plantação, seu recorria aos professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica. “Para o meu pai, a universidade era o local onde se encontrava a solução para os grandes problemas”, recorda Watanabe. “Desde então, decidi que eu tinha que ir para a universidade.”, decidiu Watanabe, ainda menino, sem condições de imaginar, àquela altura, a carreira que teria pela frente.


Após concluir o mestrado em Engenharia Elétrica na Coppe, em 1976, Watanabe ganhou uma bolsa de estudos do governo japonês e seguiu para Tóquio, onde completou o doutorado em Engenharia Elétrica, no Tokyo Institute of Technology, em 1981. Voltou ao Brasil naquele mesmo ano, quando ingressou, como professor, no Programa de Engenharia Elétrica da Coppe. Na instituição, foi diretor de Assuntos Acadêmicos, de 2007 a 2013, e vice-diretor, de 2013 a 2015.


Outro momento de emoção em seu discurso foi quando o novo diretor fez uma saudação especial ao professor Raul de Lucena, presente à posse. Era o docente da UFRRJ, a quem seu pai costumava visitar buscando soluções para os problemas de sua plantação. Assim, Lucena e Watanabe tiveram a oportunidade de se rever, 52 anos depois do último encontro em uma sala da Universidade Rural, em Seropédica.


Ao falar sobre as atividades da Coppe, o novo diretor destacou o papel da universidade. “Colaborar para o Brasil ser mais próspero e menos desigual”, destacou, citando o trabalho implantado há mais de 50 anos pelo fundador da Coppe, professor Alberto Luiz Coimbra, com base em três pilares: dedicação exclusiva, excelência acadêmica e interação com a sociedade.


Academia e política nacional


A solenidade foi também pontuada por pronunciamentos de cunho político, enfatizando a importância de o Brasil manter o rumo do desenvolvimento e o papel da Academia nesse processo, além de demonstrações de confiança nas instituições e no país.


Representando o ministro Aldo Rebelo, o presidente da Finep, Luís Manuel Fernandes, reforçou o compromisso de parceria do MCTI e da Finep com a Coppe. “É um compromisso de aliança, de trabalho conjunto e parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com a nova diretoria que assume aqui essa instituição tão importante para o destino do país que é a Coppe”, afirmou o professor Luís Fernandes.


O reitor da UFRJ, professor Roberto Leher, falou do atual momento vivido pelo país e pela universidade. “Estamos aqui em um momento muito importante para a UFRJ, particularmente pelo papel histórico que a Coppe vem cumprindo para a ciência brasileira, ao discutir os grandes problemas nacionais”, afirmou. “O Brasil é um país muito complexo e a universidade brasileira tem dado contribuições extraordinárias ao país. Em um momento de crise tão profunda como a que estamos vivendo, nesse momento de muita complexidade, não podemos deixar de pensar o país e seus dilemas, a partir da contribuição da ciência”, explicou o reitor da UFRJ. Segundo Roberto Leher, é preciso estar atento para que não haja descontinuidade de grupos de pesquisa. “Não podemos permitir que grupos da Coppe e das demais unidades da UFRJ sejam desarticulados”, afirmou.


Ao fazer seu pronunciamento, o diretor do Cenpes, André Lima Cordeiro, lembrou o longo histórico de colaborações mantido pelo centro de pesquisas da Petrobras e a Coppe. “O Cenpes, em seus 50 anos, assim como a Coppe, em seus 50 anos, têm desempenhado um importante papel na engenharia brasileira e na criação de inovação para o país. Eu gostaria aqui de desejar todo sucesso aos diretores, Edson Watanabe e Romildo Toledo, e dizer que estaremos ao seu lado, sempre dispostos a colaborar com a academia e, especialmente, com a Coppe”, afirmou.


Se a cerimônia marcava a chegada de Watanabe ao mais alto posto da Coppe, sinalizava também a despedida do professor Luiz Pinguelli Rosa, que agora assume a Diretoria de Relações Institucionais. Ao se pronunciar, Luiz Pinguelli Rosa fez uma breve retrospectiva da instituição. Destacou importantes contribuições da Coppe à Petrobras e ao país na exploração de petróleo no mar, e momentos emblemáticos, como a resistência da Coppe para se manter viva durante a Ditadura Militar.


Cinco vezes eleito diretor, Luiz Pinguelli esteve à frente do instituto nas duas últimas gestões, nos períodos 2007-2011 e 2011-2015. Gestor experiente, enfatizou o papel da universidade no momento atual. “A grave situação do país, merece a atenção das elites que estão nas universidades. Não podemos ser indiferentes ao processo político e econômico que, de uma forma ou de outra, nos atinge ou nos atingirá”, afirmou.


Além dos professores Edson Watanabe e Romildo Toledo, eleitos pela comunidade Coppe em junho passado, e pelo professor Luiz Pinguelli Rosa, a nova Diretoria da instituição também é composta pelos professores Ericksson Almendra, diretor de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional; Fernando Rochinha, diretor de Tecnologia e Inovação; José Carlos Pinto, diretor de Assuntos Acadêmicos; pelo engenheiro Fernando Peregrino, diretor de Orçamento e Controle; e pelo administrador Fernando Sepúlveda, diretor adjunto de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional. O professor Fernando Rochinha e o engenheiro Fernando acumularão ainda os cargos de diretor superintendente e diretor executivo da Fundação Coppetec, respectivamente.


Conheça melhor os integrantes da nova Diretoria da Coppe (gestão 2015-2019)


Confira outras imagens da cerimônia

  • Publicado em - 21/09/2015