/Professores da Coppe são premiados pelo International Center for Heat and Mass Transfer
Quatro professores e três pesquisadores da Coppe/UFRJ receberam, dia 30 de maio, o prêmio "Hartnett-Irvine" conferido pelo International Center for Heat and Mass Transfer (ICHMT) ao melhor trabalho publicado na área no ano anterior. Foram agraciados com a premiação os professores Renato Cotta, Carolina Naveira Cotta, Juliana Loureiro e Átila Freire, do Programa de Engenharia Mecânica, e os pesquisadores José Roberto de Souza, Kleber Lisboa e Ali Allayarzadeh.
Os professores e pesquisadores da Coppe foram premiados pelo estudo intitulado "Experimental-theoretical analysis of conjugated heat transfer in aeronautical sensors and structures with anti-icing systems", que resultou na análise e desenvolvimento de um sistema de aquecimento projetado para não permitir o congelamento do Pitot- instrumento para medidas de velocidade em aeronaves - durante o voo. As pesquisas desenvolvidas incluíram o projeto e a construção do primeiro túnel de vento de formação de gelo do Brasil, instalado no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF), da Coppe/UFRJ. O túnel de vento possibilitou a análise de desempenho de tubos de Pitot comerciais e validação dos códigos computacionais desenvolvidos no NIDF para a previsão do comportamento térmico em condições ainda mais severas, em situações hipotéticas de voo, que não podem ser reproduzidas em túneis de vento.
O estudo teve a colaboração da Marinha do Brasil, por meio de ensaios com a aeronave Skyhawk A4, na Base Naval de São Pedro d'Aldeia, no Rio de Janeiro, e contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
A cerimônia foi realizada na Universitá di Napoli Federico II, Itália. É a segunda vez que o professor Renato Cotta, coordenador dos estudos realizados com intuito de aprimorar a segurança do transporte aéreo, recebe o prêmio. A primeira foi em 2009.
Túnel de vento possibilitou ampliar estudos sobre segurança aérea: como tudo começou
Em maio de 2014, a Coppe inaugurou um túnel de vento climático (TVC) para testar componentes aeronáuticos em condições climáticas extremas de voo, com temperaturas até 20 graus negativos. O objetivo era testar equipamentos como, por exemplo, tubos de Pitot utilizados como sensores de velocidade dos aviões. A inauguração ocorreu durante a abertura do 4º Seminário em Segurança Aérea (4º WAS), que reuniu na Coppe alguns dos maiores especialistas em segurança área do mundo.
Instalado no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF) da Coppe, o túnel marcou o compromisso assumido pela Coppe de contribuir para dar maior segurança aos voos comerciais. A instituição intensificou suas pesquisas em segurança aérea após o acidente com o voo AF447 da Air France, que fazia a rota Rio-Paris, dia 31 de maio de 2009, no qual morreram 228 pessoas. O projeto é liderado pelo pesquisador Renato Machado Cotta, professor do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe. Mais do que um desafio profissional, a conclusão do túnel teve uma motivação pessoal para o professor Cotta, que perdeu sua filha e seu genro neste acidente.
“A certificação dos sensores estava muito limitada às condições de voo da época. É preciso certificar com maior rigor e/ou desenvolver sondas que possam minimizar riscos em situações tão adversas como as que se estão voando hoje. Cada vez mais as empresas voam em maiores altitudes e fazem menores desvios, por razões de economia de combustível e competição. Então é necessário que os sensores possam resistir a situações mais adversas. No caso específico da Air France foi um acidente fatal. Mas já foram reportados diversos incidentes que tiverem seu início com o congelamento das sondas Pitot, então realmente existe uma necessidade de se colocar mais ciência e mais tecnologia no desenvolvimento de sondas mais confiáveis para essas situações mais adversas”, explicou na época o professor Renato Cotta.
Saiba mais no Planeta Coppe Notícias: Coppe inaugura 1º túnel de vento climático do Hemisfério Sul
*Com informações da Academia Brasileira de Ciências
- Publicado em - 07/06/2017