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/Vencedores do concurso Viva a Ilha falam de suas fotos

Alguns são profissionais. Outros, amadores. Em comum, o amor pela fotografia e o desafio de registrar os melhores ângulos da Cidade Universitária ao participar do concurso fotográfico “Viva a Ilha do Fundão”. Os autores das 12 fotos premiadas falaram com exclusividade para o Planeta Coppe e contaram um pouco sobre suas fotos e suas carreiras.

 

O fotógrafo autônomo Renan da Silva Ferreira, 23 anos, que ficou em terceiro lugar na categoria Vida no Campus, com a foto “Moradores da Vila Residencial”, conta que fez a foto por um acaso, em 2012, no dia do seu aniversário. Aproveitou a queda da luz, juntou seus amigos e fez o registro usando apenas a iluminação do próprio celular. “Agora, pretendo promover oficinas de fotografia na Vila Residencial e fazer um documentário fotográfico, entre outros projetos”, adianta. Renan, que cursou fotografia no Observatório de Favelas, conhece bem a Ilha do Fundão. Mora na Vila Residencial desde que nasceu. Na Cidade Universitária, admira muito a Ilha do Catalão e a Prefeitura, locais onde cresceram sua mãe e seu pai, respectivamente.

 

 

 Lívia Vidal do Amaral, 33 anos, que conquistou o segundo lugar na categoria Vida no Campus, com a foto “O voo”, é aluna de graduação da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ. Sua foto foi feita quando saía do prédio da EBA para uma das aulas de fotografia e, ao passar pelo hall de um dos andares, estava acontecendo uma performance. Resolveu registrar a cena, “congelando” as gralhas no momento do voo. “O concurso foi muito legal, bem organizado e com júri de peso. Com o resultado me senti motivada a participar de outros concursos e passei a acreditar mais no seu trabalho”, comemora. Ela, que conhece a Ilha do Fundão há dois anos e meio, diz que os bosques, as árvores e a natureza como um todo são os que mais chamam sua atenção no local.

 

 

O engenheiro eletrônico do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Maurício A. C. Aghina, 55 anos, que conquistou o primeiro lugar na categoria Vida no Campus, com a foto “Felicidade”, conta que já conhece a Ilha do Fundão há mais de 30 anos. Ele, que concluiu seu doutorado no Programa de Engenharia Civil da Coppe, considera o campus da Cidade Universitária muito bonito como um todo, com natureza interessante. Mas a área conhecida como Mangue, local da foto, próxima ao Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), é a que mais chama sua atenção. “Eu estava em uma das barracas quando observei umas crianças brincando felizes com um isopor dentro da água. Vi que era um momento especial, então aproveitei para acionar a câmera, aproveitando o contraste, e bati a foto”, lembra. Mauricio, que já participou de um concurso fotográfico promovido pelo IEN, diz que pretende continuar com o hobby de fotografar, mas sem compromissos.
 

A professora do Instituto de Química da UFRJ, Nadia Maria Comerlato, 55 anos, é autora da foto “Mushrooms”, premiada com o terceiro lugar na categoria Ciência e Tecnologia. A sua foto seria impossível de ser vista naturalmente por um ser humano. A professora conta que a imagem é de um experimento e está ampliada em cerca de 10 mil vezes no equipamento de microscopia. "Como achei que ficou bonita, resolvi registrar e quando soube do concurso decidi inscrevê-la”, conta. Nadia elogiou o concurso e conta que gosta de tirar fotos, mas apenas como hobby mesmo. Ela, que frequenta a Ilha do Fundão há 19 anos, explica que o local a impressiona pela imensidão de áreas bonitas e arborizadas e pelos locais interessantes e escondidos como o quartel do Exército e a igreja Bom Jesus da Coluna.

 


Representando o filho, o fotógrafo Fabio Gama Soares Evangelista, de 31 anos, Osmar Evangelista disse que tinha uma câmera fotográfica e que o filho, com menos de cinco anos de idade, ficava chorando para pegar a máquina. “Creio que ele tenha guardado esta câmera até hoje e atualmente vibra muito com essa atividade, ficando sempre empolgado” conta Osmar. Fabio obteve o segundo lugar na categoria Ciência e Tecnologia, com a foto “Luzes da Ciência e Tecnologia”, que foi tirada no Laboratório Nacional de Células-tronco Embrionárias (LaNCE) do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Ele diz que ficou encantado com a máquina, chamada opereta, que é um tipo de scanner que funciona acoplado a um computador e fornece dados muito precisos. Fabio, que não pode comparecer à cerimônia de premiação por motivos profissionais, achou que o processo do concurso foi bem bacana e, junto com amigos, que também participaram do Viva a Ilha, vai oferecer uma oficina de fotografia para os pacientes do Hospital Universitário.

 

O físico e funcionário do Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe, Ricardo Alves Ferreira, 28 anos, também não pode comparecer à cerimônia por motivos de trabalho. Ele foi representado por sua esposa, Tamires Mendes Gonçalves, que disse saber do lado artístico do marido, desde que o conheceu há três anos e meio. “Ele é apaixonado por isso. Sempre que pode fotografa e tem vezes que eu nem percebo”, diz Tamires. Ricardo conquistou o primeiro prêmio na categoria Ciência e Tecnologia com a foto “Serpente Mecânica”, feita em seu local de trabalho. Ele diz que a imagem, feita especificamente para participar do concurso, lembrou o movimento que as serpentes marinhas fazem ao nadar. Para Ricardo, a Ilha do Fundão é muito bonita, com locais que rendem excelentes imagens. Ele diz que foi bastante interessante poder expor a visão do lugar em que trabalha.
 
 
A fotógrafa e publicitária, Indira Cavalcanti Amazone Figueiredo, 28 anos, que conquistou o terceiro lugar na categoria Natureza e Arquitetura, com a foto “Harmonia”, afirma que conhecia pouco a Ilha do Fundão, mas com o concurso descobriu lugares interessantes para fotografar. Um deles, a Ponte do Saber, foi o local de sua foto, escolhida em meio às grandiosas construções que descobriu na ilha. Para registrar os melhores ângulos da ponte, que considera um dos ícones mais bonitos do local, ela não poupou esforços e diz ter deitado no chão, debaixo do sol do meio-dia, para conseguir a imagem da forma que queria. No momento ventava e ela percebeu que o matinho ao redor da ponte voava. De uma forma em geral, Indira disse ter atingido seu objetivo de registrar a harmonia da natureza com as construções, sem destruição, com uma respeitando a outra. Ela, que já participou de outros concursos, pretende continuar se aprimorando. “Fotografia é uma arte que está no meu sangue”, afirma.

O fotógrafo Milton César Martins Maurente, 58 anos, autor da foto “Amanhecer no Fundão”, que conquistou o segundo lugar na categoria Natureza e Arquitetura, conhece bem a Ilha do Fundão, onde trabalhou durante 34 anos, no Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobras. Ele conta que sua foto foi feita em uma manhã de inverno. “Era cedo, o tempo estava frio e havia cerração. Ao fazer o retorno, na pista perto da Reitoria, deparei-me com um visual interessante. As árvores e a vegetação envolvidas pela cerração e pelo nascer do sol ganharam um tom especial. Parei o carro e fiz o registro”, relatou acrescentando que sua intenção foi exatamente expressar o amanhecer na Ilha do Fundão. Milton, que participou pela primeira vez de um concurso, diz que agora está com um projeto de fotografia junto com os dois filhos: João Pedro Maurente, de 9 anos, e Júlia Maurente, de 12 anos. Juntos eles irão percorrer e fotografar a Região dos Lagos, cada um com uma câmera, e depois preparar uma exposição fotográfica de Pais e Filhos, em Jaconé, onde mora atualmente.

Tchello d’Barros, 46 anos, que conquistou o primeiro lugar na categoria Natureza e Arquitetura, com a foto “Construção na Ilha do Fundão”, é designer e artista visual, como se auto intitula. Ele já conhecia a Ilha do Fundão por ter participado algumas vezes de atividades acadêmicas de extensão na UFRJ e sempre que visita a Cidade Universitária está acompanhado por sua câmera e aproveita para fazer umas fotografias, como a que inscreveu no concurso. Tchello diz que o ecossistema do entorno da Ilha é um dos fatos que chama sua atenção, e é impossível não perceber o potencial imagético e fotográfico do local. “Eu estava participando de um evento na UFRJ e percebi o potencial da imagem que se formava na construção de um prédio próximo à Faculdade de Letras. Saquei a câmera da mochila e fiz a foto. Um minuto depois aquela cena não existia mais”, detalha, acrescentando que tem praticamente um documentário sobre Ilha. Tchello diz que não tem hábito de participar de concursos diz que pretende continuar fotografando e em breve fará uma exposição de fotografia de rua no Rio de Janeiro.
 

O artista plástico e professor de pintura Frederico Augusto Ribeiro d'Arêde, 33 anos, que conquistou o terceiro lugar pelo voto popular, com a foto “Entre Tempos”, já conhece a Ilha do Fundão, onde se graduou em Pintura na UFRJ, há algum tempo. Ele diz que o espaço é o que mais chama sua atenção no local, que é vasto e tem inúmeras paisagens diferentes em cada beco. Uma delas foi objeto de sua foto: os escombros do Hospital Universitário, junto à chamada “perna seca”, parte desativada do prédio. “Eu estava em um ensaio fotográfico de um grupo de dança e aproveitei para, no intervalo, fazer as fotos dos escombros do Hospital Universitário. É um gosto que eu tenho, de juntar natureza e arquitetura”, explica Frederico. Ele, que já participou de outros concursos, diz que pretende continuar com seus registros, já que a fotografia é uma das bases do seu trabalho como artista plástico.

 

Géssica de Albuquerque Hage, 22 anos, que conquistou o segundo lugar pelo voto popular, com a foto “Rotina”, é aluna da Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, desde 2010, quando então começou a conhecer a Ilha do Fundão. Para ela, são vários os locais que chamam a atenção na Ilha, onde “volta e meia tem uma cena que você olha e se encanta”. A sua foto foi tirada da janela do prédio da EBA. Na hora estava chovendo e Géssica viu que estava bem bonito, com o chão molhado. Então, ela que estava fazendo uma disciplina de fotografia e, por isso, encontrava-se com sua câmera na mochila, retirou a máquina e registrou o momento. “Meu objetivo foi mostrar, com uma foto, uma rotina que ninguém presta atenção e por isso não percebe o quanto é bonita”, explica Géssica, que começou a fotografar no ano passado e nunca havia participado de um concurso de fotos. Ela completa dizendo que o Viva a Ilha foi um ótimo incentivo para continuar na fotografia.
 

O doutorando do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, Marcus Vinícius Costa de Souza, 32 anos, que conquistou o primeiro lugar pelo voto popular, com a foto “Caminhos Espirais para o Conhecimento”, frequenta a Ilha do Fundão há quatro anos. Mas, quase não a conhecia e confessa que o concurso o levou a sair de dentro do laboratório e ver a Ilha com outros olhos. A sua foto, a escada que dá acesso à biblioteca do Centro de Tecnologia da UFRJ, surgiu pelo desejo que tinha por algo que representasse o conhecimento. “Queria mostrar que o conhecimento você adquire degrau por degrau. Queria uma foto em preto e branco porque a colorida é muito alegre e o conhecimento não é tão colorido. Ele é preto e branco, ele é luz e sombra. O conhecimento é árduo e eu queria que minha foto expressasse isso”, explica Marcus, que também é professor de Matemática e fotógrafo profissional. Ele que começou a fotografar como hobby, diz nunca ter participado de um concurso e que esse foi de grande relevância, uma experiência única e muito satisfatória.

 

Saiba mais sobre a premiação do concurso: Coppe premia vencedores do concurso Viva a Ilha do Fundão

 

 

 

  • Publicado em - 09/06/2014